A Associação dos Pós-Graduandos da UFG
(APG-UFG) declara seu apoio incondicional às greves da educação federal e, em
especial, da Universidade Federal de Goiás. A APG apoia a greve dos professores
da UFG, deflagrada no dia 06/06, em Assembleia Geral da categoria. Entendemos
que a greve possui inteira legitimidade, na medida em que reflete a opinião e a
vontade da maioria dos professores. A APG-UFG também apoia a greve aprovada pelos
estudantes de graduação da Universidade Federal de Goiás, deflagrada no dia 11
de junho, bem como apoia a greve dos técnico-administrativos em educação,
deliberada no dia 12 de junho.
A greve declarada
pelos professores das IFES reivindica melhores condições de trabalho da
categoria, incluindo plano de carreira único com incorporação de gratificações
em 13 níveis, com uma variação de 5% entre os níveis e percentuais de
acréscimos de acordo com o regime de trabalho e titulação. A greve dos
estudantes denuncia os problemas gerados pelo REUNI, as consequências de uma
expansão sem as verbas necessárias e reivindica uma política efetiva de
assistência estudantil. A greve dos técnicos-administrativos em educação luta
contra a privatização do Hospital das Clínicas-UFG, contra o corte de salários
de médicos e médicos veterinários e por plano de carreira, levando em
consideração que esta categoria possui o menor piso salarial do executivo
federal.
Muito além de uma
reivindicação exclusivamente salarial, a greve da educação é um grito a favor
da universidade pública, gratuita e de qualidade. Ela denuncia, por exemplo, a
redução, nos últimos anos, dos gastos destinados ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, assim como o congelamento do valor e número de bolsas. Somada a
isso, a proposta governamental do Plano Nacional da Educação (PNE), que apresenta
uma meta de 7% do PIB para a educação a ser atingido nos próximos 10 anos,
fortalece o processo de mercantilização e sucateamento das universidades. É preciso, portanto, avançar em
uma mobilização nacional pela garantia de ampliação do financiamento para a
educação a fim de reverter a precarização das condições de trabalho e estudo
nas universidades, bem como a situação das especializações e dos programas de
pós-graduação que, mesmo sujeitando-se às determinações quantitativas e
produtivistas da CAPES, convivem com escassez de bolsas de estudo e recursos
financeiros necessários para manter estruturas e condições adequadas de estudo
e pesquisa nos programas de Pós-Graduação.
Em um momento em que
a expansão das universidades não é acompanhada por um investimento equivalente,
em que a lógica mercadológica produtivista domina nossas produções científicas
e em que a verba para a educação pública tem sofrido cortes sistemáticos,
acarretando o sucateamento e a precarização das condições de trabalho, a greve
da educação federal (docentes, estudantes e técnico-administrativos) representa
um avanço na luta por uma educação pública de qualidade.
Diante disso nos colocamos à
disposição de construí-la coletivamente com docentes, servidores, estudantes da
graduação e a sociedade. Consideramos a necessidade de incluirmos também as
seguintes pautas:
·
Em defesa de melhores condições de trabalho, estudo
e pesquisa nas instituições federais de ensino;
- Melhores condições de
trabalho e infraestrutura em todos os Campi, tais como: estruturação das
bibliotecas (acervo bibliográfico e espaço físico), salas de estudos
individuais e coletivas, laboratórios de informática, reaparelhamento e
criação de novos laboratórios, reforma das salas de aula que estejam em
condições precárias e construção de novas, entre outras;
- Universalização das bolsas
de pesquisa sem redução de vagas e aumento do valor das mesmas, com
reajuste emergencial de pelo menos 40%;
·
Em defesa dos 10% do PIB para a educação;
Os pós-graduandos
da Universidade Federal de Goiás se posicionam:
a favor da greve
da educação federal;
a favor da
educação pública, de qualidade e popular;
a favor de uma
ciência crítica e emancipatória;
a favor da
sociedade brasileira!
Goiânia,
08 de Junho de 2012.
APG-UFG
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