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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Carta aberta de pós-graduandos sobre eleições para Diretor da Faculdade de História


Carta aberta sobre as eleições para Diretor da Faculdade de História 2013/2014
Estamos em época de consulta para a Direção da Faculdade de História da UFG, e nós da Associação dos Pós-graduandos (APG) da UFG, a partir de reuniões e debates entre os pós-graduandos de História, queremos trazer contribuições ao debate e reivindicações específicas aos candidatos.

A Faculdade de História está inserida em um contexto do crescimento do Ensino Superior e da Pós-graduação em nosso país, que ocorre porém, sem as verbas necessárias e pautado mais na quantidade do que na qualidade. Os problemas centrais passam desde o insuficiente financiamento público até a própria noção de Universidade, com a introdução de mecanismos de “semi-mercado” no seu interior, as políticas de ciência e tecnologia envidadas pelas agências de financiamento de acordo com critérios exteriores à própria universidade e uma divisão hierárquica do trabalho manifestada na divisão entre pesquisa (atividade valorizada no ambiente universitário) e ensino (demasiadamente desvalorizado no interior da instituição universitária).

Ficamos de um lado entre a formação generalizada de uma mão de obra flexível e precarizada que se forma em História e vai prestar concursos públicos, trabalhar em Call Center e/ou encarar a dura realidade da super-exploração na escola pública e na privada e de outro lado com uma formação de excelência acessível a poucos que poderão se tornar Doutores e irão trabalhar nas escassas vagas do ensino superior, mendigar verbas e recursos minguados para seus projetos junto a agencias públicas e privadas e na maioria das vezes, infelizmente, passar longe da realidade cotidiana das escolas públicas.

Na pós-graduação, a política de incentivo à pesquisa e produção do conhecimento vem sendo direcionada por um modelo que prejudica a qualidade e a autonomia dos estudos e pesquisas, uma vez que incentiva a construção de programas de pós-graduação lato sensu pagos na universidade pública, bem como hierarquiza a produção científica, priorizando algumas áreas específicas (onde não se inclui a História) e uns poucos “centros de excelência”, cujas pesquisas atendem a interesses de grandes grupos privados e as chamadas vocações regionais, no caso de Goiás a preferência é pelas áreas que atendam o Agro-negócio, para onde desembocam a maioria de recursos para a pesquisa.

Nesse contexto onde sobram poucos recursos a serem disputados pelos cursos da área de Ciências Humanas, nos defrontamos com bolsas de pesquisa insuficientes e com valores defasados, critérios restritivos de bolsa aos que trabalham e nenhuma política de assistência estudantil (creche, moradia para os que vêm de fora, auxilio saúde...) . Essa realidade se soma às exigências de produtividade cada vez mais severas, onde se aumenta a pressão para que os tempos de titulação diminuam-se (tanto de qualificação, como de defesa de teses e dissertações), aumenta-se a exigência pela participação em congressos e pela publicação de artigos científicos e cobra-se a participação em atividades extracurriculares nos Programas sem que seja dado o auxílio financeiro condizente com os gastos efetivos nessas viagens.

Tal situação nos exige uma posição de intervenção sobre essa realidade, porém o que vemos é toda uma engenharia burocrática que nos impede, e ao conjunto da população, de interferir nos rumos das políticas de educação, em especial na Universidade.

Os estudantes como principais agentes da educação são tidos como inaptos à elaboração e interferência nos rumos universitários. Os conselhos superiores e locais apresentam um número reduzido de estudantes, a maioria das cadeiras destinadas aos professores, reproduzindo uma lógica de que cabe a alguns intelectuais catedráticos definir os rumos da sociedade, da universidade, da faculdade. Essa democracia restrita é vista e resumida pelos entraves de leis, regras.

Entendendo que a Universidade e a Faculdade de História estão inseridas em um campo de disputa política e demonstrando nossa discordância com as definições dos rumos das políticas educacionais que vem sendo definidas exclusivamente por aqueles que tomam assento nas cadeiras da burocracia estatal, nos colocamos nessas eleições para Diretor da Faculdade de História com uma pauta central, que é a radicalização da democracia.

Infelizmente a falta de debates e posicionamentos claros têm sido a regra há algum tempo na Faculdade de História. Os próprios professores, vêm quase que reproduzindo uma “Democracia da 1ª República Brasileira”, quando tudo se resolvia no andar de cima, para que não houvesse necessidade de compromisso com “os de baixo” (sendo esses os estudantes) . Não se debate e não se mobiliza os três setores da Faculdade para exposição de posições políticas, programáticas, visões diferenciadas sobre o curso, o ensino de história, o ofício do historiador... nada. E assim vimos absurdos passarem incólumes nos últimos dez anos, como o não oferecimento/interrupção da Licenciatura em História no noturno, eleição para coordenador fechada no conselho interno sem votação aberta para os estudantes, voto no CONSUNI a favor de Título de Doutor Honoris causa a Marconi Perillo (inimigo da educação), entre outras atrocidades.

O Diretor da Faculdade de História, mais que um simples gestor, administrador, deve ouvir o conjunto dos setores que compõe a Faculdade de História, e se posicionar em questões gerais e/ou específicas a favor ou contra esse modelo de educação e pesquisa produtivista e excludente que vem se construindo. Nosso diretor é quem votará e se posicionará no Conselho Universitário sobre questões relativas às reivindicações e mobilizações recentes da greve, papel das fundações, critérios de pesquisa e financiamento, entre tantas questões importantes.

Acreditando em um curso que deve ser pautado pela democracia, que estimule o papel intelectual e crítico de todos e que se relacione com a sociedade em sua função social, apresentamos as seguintes reivindicações e posições aos candidatos a diretor :

  • Pela construção e previsão de uma especialização gratuita, contra qualquer tipo de pagamento na Universidade Pública;
  • Fomento iniciativas de extensão popular em relação com movimentos sociais organizados e ações comunitárias;
  • Pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão com retorno do curso de graduação integrado;
  • Por um plano emergencial de oferecimento de vagas de Licenciatura para os alunos do Bacharelado que vêm se formando no noturno desde 2005 – abertura de uma turma especial;
  • Garantia e formalização de um espaço para publicação de pesquisas e artigos para os discentes
  • Proporcionalidade na representação estudantil no Conselho Diretor da Faculdade;
  • Pelo direito a bolsa de pesquisa na pós para trabalhadores;
  • Pela prorrogação de prazos na pós devido à greve na universidade;
  • Participação da Faculdade no Fórum Estadual em defesa da escola Pública, se envolvendo na defesa de melhores condições para o ensino;
  • Por garantia de representação dos estudantes da Especialização nas vagas destinadas a estudantes na composição do Conselho Diretor da faculdade;
  • Por um processo de reavaliação da grade, avaliação e currículo da especialização, com a participação dos estudantes que estão concluindo o curso;
  • Pelo funcionamento das 8h ás 22 h do laboratório de informática da História e da Biblioteca do curso;
  • Por melhores condições de funcionamento da faculdade no noturno, desde serviços internos até a intervenção da Faculdade junto à Reitoria por melhor iluminação e mais ônibus no período;
  • Por transparência, critérios claros (com decisões coletivas  e publicização dos recursos destinados à faculdade , garantindo  recursos  disponíveis para publicações, viagens e atividades acadêmicas dos estudantes;
  • Realização de Assembléias Gerais para ouvir e debater entre estudantes, técnicos e professores questões mais polêmicas, sendo que estas possam ser propostas pelas organizações e representações de cada segmento;
  • Contra a criação do curso de história a distancia;
  • Contra instalação de câmeras e mecanismos de controle e repressão na faculdade de história;
  • Que o Diretor se posicione no CONSUNI contra a retirada do Hospital das Clinicas da UFG, com sua transferência para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares;
  • Que o Diretor se posicione no CONSUNI pela abertura de concurso para as funções hoje já entregues a iniciativa privada dentro da UFG. (alimentação, transporte, segurança e limpeza);
  • Apoio e respeito às decisões autônomas dos movimentos organizados de professores, estudantes e técnicos, sem retaliação ou prejuízo aos mesmos por suas posições;
  • Estabelecimento de medidas para prevenir e combater o assédio moral entre professores e estudantes.
Anexamos também as seguintes propostas que nos foram enviadas por estudantes da graduação:

  • ·         Maior divulgação das atividades acadêmicas, como editais de bolsas de pesquisa, projetos de extensão, grupos de estudo, laboratórios, indicação de livros pra biblioteca, etc.
  • ·         Representar pautas estudantis nos conselhos superiores da universidade, como o CONSUNI e a Câmara de Graduação;
  • ·         Dialogar com as entidades estudantis, atendendo às reivindicações dos estudantes; 
  • ·         Mediar as reivindicações estudantis junto aos órgãos superiores da universidade;
  • ·         Dar apoio à Semana da História, evento acadêmico organizado pelos estudantes;
  • ·         Fomentar atividades acadêmicas e políticas promovidas pelos estudantes no interior da universidade, bem como auxiliar participação dos acadêmicos em eventos fora da Faculdade de História da UFG;
  • ·         Divulgar e debater a reforma na Grade Curricular do Curso de História;
  • ·         Dar maior atenção ao período noturno, que carece tanto de funcionários que possam atender os estudantes, quanto da realização e divulgação de atividades acadêmicas;
  • ·         Divulgar e debater com os estudantes a transição do prédio da Faculdade de História; 


ASSOCIAÇÃO DOS PÓS-GRADUANDOS DA UFG

Goiânia, 29 de novembro de 2012



terça-feira, 27 de novembro de 2012

DEBATE ENTRE CANDIDATOS A DIRETOR DA FACULDADE DE HISTÓRIA


A Associação dos Pós-graduandos da UFG convida  para debate sobre as eleições da Faculdade de História, os rumos e dilemas da pós-graduação .



DEBATE ENTRE CANDIDATOS A DIRETOR DA FACULDADE DE HISTÓRIA 
DATA : 29/11/2012 - QUINTA-FEIRA 
LOCAL : FACULDADE DE HISTÓRIA - SALA A CONFIRMAR
HORÁRIO: 17 H 

O formato será o seguinte : 

  • Composição da mesa : Os dois candidatos a Diretor e a representação da APG, que fará a mediação.
  • Momentos do debate : 1 º : A APG-UFG irá apresentar aos candidatos em no máximo 10 minutos a carta de reivindicações e balanço da pós-graduação, que foi construída coletivamente em duas recentes reuniões dos estudantes da pós.
  • 2º momento : Cada candidato terá 10 minutos para apresentar suas propostas , e abordar em especial a questão da pós-graduação e suas posições sobre as reivindicações apresentadas.
  • 3º momento : Candidato pergunta a candidato , 3 perguntas alternadas , 30 segundos para pergunta, 3 min. para resposta e 1:30 para réplica e 1:00 para tréplica.
  • 4º momento : Abrem-se para perguntas e intervenções de 2 min. do público, em e blocos de 5 pessoas, cada candidato terá 10 min. para responder os blocos de pergunta.
  • 5º momento : 3 min. para cada candidato fazer suas considerações finais. 


Coord. da APG-UFG



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

III Reunião do Grupo de Trabalho Nacional de Universidade Popular - GTNUP

CONVOCATÓRIA:

Faculdade de Letras da UFG

Goiânia, dias 02, 03 e 04 de Novembro de 2012.


O movimento nacional de construção da proposta de uma Universidade
Popular, impulsionado pelo I Seminário Nacional sobre a Universidade
Popular realizado em Porto Alegre nos dias 02 a 04 de setembro de
2011, convida todos os militantes universitários (estudantes,
professores e técnicos administrativos) e militantes do movimento
popular para a III Reunião do Grupo de Trabalho Nacional da
Universidade Popular, que se realizará em Goiânia, nos dias 02, 03 e
04 de Novembro de 2012.

Compreendemos ser fundamental debater os rumos da universidade
brasileira hoje. O avanço da mercantilização da educação expõe um
projeto dominante no país: a ânsia pelo lucro ganha força em
detrimento dos direitos fundamentais do povo brasileiro, conquistados
com a luta de tantas gerações. A necessidade de privatização,
decorrente da precarização destes serviços essenciais, não se dá por
acaso, ou por simples “incapacidade” do Estado Brasileiro em
gerenciá-los, mas por um direcionamento político muito claro, vindo de
fora para dentro. O eixo estruturante da transformação da educação em
mais uma mercadoria, apta a ser comprada e vendida, tem como cerne a
necessidade de maximizar os lucros, decorrente da ampla crise
societária que em vivemos, que ora se manifesta na economia mundial.

Esse direcionamento tem manifestações muito claras: reestruturação
político-pedagógica dos currículos dos cursos de graduação,
subordinando as iniciativas da universidade às necessidades do
mercado, em detrimento das demandas sociais, além da fragmentação do
conhecimento; entrega da estrutura física e de recursos humanos
públicos para a produção de ciência e tecnologia de acordo com as
necessidades da iniciativa privada, o que compromete a autonomia
didático-científica das universidades; uso do dinheiro público para
salvar empreendimentos universitário privados; diminuição dos recursos
públicos relativos a quantidade de vagas abertas nas universidades
públicas, que aumenta a precarização e intensificação do trabalho,
diminui a qualidade de ensino, inviabiliza a manutenção do tripé
ensino-pesquisa-extensão voltado aos interesses populares e incentiva
as instituições a buscar outras fontes de financiamento paralelas ao
Estado; parcos mecanismos democráticos que permitam à comunidade
universitária interferir nos rumos tomados pelas instituições; etc.

A formalização deste conjunto de medidas tem aparecido em decretos,
medidas provisórias, leis, códigos, todos aprovados paulatinamente, de
modo a ofuscar o projeto estruturante. Mas sendo o projeto hegemônico
atual – o qual não concordamos – um projeto global, compreendemos a
necessidade de contrapor a seu avanço um projeto igualmente global,
mas identificado com as necessidades das amplas maiorias. Temos claro
que a universidade brasileira está em disputa, e essa disputa passa
pela elaboração de uma estratégia. Não podemos mais ficar somente na
defensiva. Embora toda resistência seja fundamental, ela permanece
sempre presa àquilo que é negado. É fundamental reestabelecer uma
ofensiva no movimento universitário e popular. Identificamos
debilidades na ausência de formulação estratégica por parte de nosso
campo de forças, o que faz com que
muitas vezes sejamos absorvidos por disputas pequenas e que nem sempre
acumulam para um horizonte de transformação.

Para a reorganização – de baixo para cima – do movimento
universitário, desde a base, é preciso fazer com que toda e qualquer
luta legítima (contra a privatização, a precarização, pela
democratização, pela autonomia das instituições educacionais e das
entidades sindicais e estudantis, manutenção e ampliação dos direitos
estudantis, etc) acumule para a estratégia global de Universidade
Popular. A III reunião do Grupo de Trabalho Nacional de Universidade
Popular constitui um dos momentos em que o movimento universitário
poderá debater as contradições da educação superior brasileira, bem
como as alternativas de contraposição a lógica mercantilista na
educação superior.

PROGRAMAÇÃO

Dia 02 de novembro, sexta-feira

19h30 – 22h00: Abertura da III reunião do Grupo de Trabalho Nacional
sobre a Universidade Popular.

Debate sobre a construção do Movimento por uma Universidade Popular.


Dia 03 de novembro, sábado

9h00 – 12h00: Análise de conjuntura e balanço das lutas nas
universidades brasileiras.

14h00 – 15h45: Campanhas do GTNUP:

1° eixo: "Democratizar a universidade e produzir conhecimento para o povo.]

16h00 – 18h00: Campanhas do GTNUP:

2° eixo: Campanha contra o PL 2177 - Código Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação.

20h00: atividade cultural.


Dia 04 de novembro, domingo

9h00 – 12h00: planejamento e organização do Grupo de Trabalho Nacional
sobre a Universidade Popular