Existe uma regra bastante absurda no regimento do Programa de Pós Graduação em História da UFG: nós estudantes somos obrigados a participar de 75% das atividades do programa: defesas, minicursos, aulas especiais, palestras e sei lá o que mais. O problema é o seguinte: se formos cumprir essa regra todos teremos que morar em Goiânia, de preferência do lado da UFG. Ontem mesmo fomos avisados na parte da tarde que haveria um evento ontem à noite!!! Como alguém que não mora em Goiânia poderia ir nesse evento. Então, o que se faz? Falta pra ela e horas a menos de participação. Uma bobagem.
Abaixo a proposta para ser debatida e, depois, encaminhada.
Argumentos contra a exigência de participação nas atividades complementares do programa
Como proposta fica o seguinte: ao invés de cumprir as atividades complementares no programa, os pós-graduandos poderiam participar de eventos externos e ter essa participação computada. Qualquer evento externo ao programa deveria servir. Eu sugiro que sejam dois ou três. Outra alternativa seria a publicação de um artigo para cumprir as horas complementares. Então, o estudante que publicasse um artigo (além do que já é obrigatório!) estaria dispensado das atividades.
Geraldo Witeze
Doutorando em História-UFG
- Na prática inviabiliza a participação no programa de pessoas que não morem em Goiânia, pois muitas vezes há atividades complementares em vários dias da semana;
- Em decorrência disso o programa corre o risco da endogenia: apenas pesquisadores formados em Goiás se interessariam por cursar a pós ali, pois suas atividades em seus estados de origem - mesmo que vinculadas às suas pesquisas - estariam comprometidas pela necessidade de estar em Goiânia várias vezes na semana. Ou seja, ao invés de o programa atrair pesquisadores de fora, com essa exigência, ele repele;
- Além disso, ao participar dos vários eventos promovidos pelo programa, os pós-graduandos já cumprem a sua carga mínima de eventos e, como consequência, não precisam participar de eventos em outros lugares. Assim, o programa se fecha ainda mais em si, pois na prática restringe (ou pelo menos não incentiva) a participação dos estudantes da pós em eventos nacionais e internacionais, pois os sobrecarrega com atividades internas;
- Como sabemos, o diálogo com pesquisadores de outros lugares pode ser muito frutífero e resultar inclusive no surgimento de redes de colaboração e grupos de pesquisa. Ao sobrecarregar os pós graduandos com eventos internos, esse diálogo é bastante prejudicado;
- A prática de fazer um período sanduíche no exterior ou mesmo em outras universidades brasileiras é prejudicada, pois disso decorreria o não cumprimento da carga de 75% de presença nas atividades complementares. O que é mais importante: um período sanduíche no exterior ou as palestras da pós?
- É compreensível que a pouca presença dos estudantes desagrade os organizadores dos eventos da nossa pós. Mas obrigar os alunos a participar resolve o problema? Não seria o caso de repensar os próprios eventos, de construir gradativamente um diálogo mais frutífero entre docentes e discentes para que os eventos fossem mais atrativos? Não seria o caso também de repensar a divulgação? Claro, defesas de dissertações e teses com as salas vazias são ruins, mas obrigar os alunos a participarem não é uma espécie de infantilização da pós-graduação? Nós não temos a capacidade de escolher o que queremos assistir, o que contribuirá para a nossa formação?
- Para finalizar: essa regra não contribui em nada para a melhora do programa.
Como proposta fica o seguinte: ao invés de cumprir as atividades complementares no programa, os pós-graduandos poderiam participar de eventos externos e ter essa participação computada. Qualquer evento externo ao programa deveria servir. Eu sugiro que sejam dois ou três. Outra alternativa seria a publicação de um artigo para cumprir as horas complementares. Então, o estudante que publicasse um artigo (além do que já é obrigatório!) estaria dispensado das atividades.
Geraldo Witeze
Doutorando em História-UFG
Nenhum comentário:
Postar um comentário