Pesquisar este blog

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ESTUDANTES DA PÓS NA HISTÓRIA REIVINDICAM MUDANÇAS EM REGIMENTO SOBRE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

 Existe uma regra bastante absurda no regimento do Programa de Pós Graduação em História da UFG: nós estudantes somos obrigados a participar de 75% das atividades do programa: defesas, minicursos, aulas especiais, palestras e sei lá o que mais. O problema é o seguinte: se formos cumprir essa regra todos teremos que morar em Goiânia, de preferência do lado da UFG. Ontem mesmo fomos avisados na parte da tarde que haveria um evento ontem à noite!!! Como alguém que não mora em Goiânia poderia ir nesse evento. Então, o que se faz? Falta pra ela e horas a menos de participação. Uma bobagem.

Abaixo a proposta para ser debatida e, depois, encaminhada.
Argumentos contra a exigência de participação nas atividades complementares do programa
  1. Na prática inviabiliza a participação no programa de pessoas que não morem em Goiânia, pois muitas vezes há atividades complementares em vários dias da semana;
  2. Em decorrência disso o programa corre o risco da endogenia: apenas pesquisadores formados em Goiás se interessariam por cursar a pós ali, pois suas atividades em seus estados de origem - mesmo que vinculadas às suas pesquisas - estariam comprometidas pela necessidade de estar em Goiânia várias vezes na semana. Ou seja, ao invés de o programa atrair pesquisadores de fora, com essa exigência, ele repele;
  3. Além disso, ao participar dos vários eventos promovidos pelo programa, os pós-graduandos já cumprem a sua carga mínima de eventos e, como consequência, não precisam participar de eventos em outros lugares. Assim, o programa se fecha ainda mais em si, pois na prática restringe (ou pelo menos não incentiva) a participação dos estudantes da pós em eventos nacionais e internacionais, pois os sobrecarrega com atividades internas;
  4. Como sabemos, o diálogo com pesquisadores de outros lugares pode ser muito frutífero e resultar inclusive no surgimento de redes de colaboração e grupos de pesquisa. Ao sobrecarregar os pós graduandos com eventos internos, esse diálogo é bastante prejudicado;
  5. A prática de fazer um período sanduíche no exterior ou mesmo em outras universidades brasileiras é prejudicada, pois disso decorreria o não cumprimento da carga de 75% de presença nas atividades complementares. O que é mais importante: um período sanduíche no exterior ou as palestras da pós?
  6. É compreensível que a pouca presença dos estudantes desagrade os organizadores dos eventos da nossa pós. Mas obrigar os alunos a participar resolve o problema? Não seria o caso de repensar os próprios eventos, de construir gradativamente um diálogo mais frutífero entre docentes e discentes para que os eventos fossem mais atrativos? Não seria o caso também de repensar a divulgação? Claro, defesas de dissertações e teses com as salas vazias são ruins, mas obrigar os alunos a participarem não é uma espécie de infantilização da pós-graduação? Nós não temos a capacidade de escolher o que queremos assistir, o que contribuirá para a nossa formação? 
  7. Para finalizar: essa regra não contribui em nada para a melhora do programa.
Enfim, essa regra atual contribui apenas para uma espécie de "ensimesmamento" do programa, atraindo poucos pesquisadores de fora e dando poucos incentivos para que os de dentro saiam e criem diálogos interessantes e redes de contatos. Isso vai na contramão dos programas de pós-graduação de excelência, como USP e Unicamp, que não têm exigências semelhantes. Esses programas conferem maior autonomia a seus estudantes e isso seguramente contribui para a sua qualidade.
Como proposta fica o seguinte: ao invés de cumprir as atividades complementares no programa, os pós-graduandos poderiam participar de eventos externos e ter essa participação computada. Qualquer evento externo ao programa deveria servir. Eu sugiro que sejam dois ou três. Outra alternativa seria a publicação de um artigo para cumprir as horas complementares. Então, o estudante que publicasse um artigo (além do que já é obrigatório!) estaria dispensado das atividades.

Geraldo Witeze
Doutorando em História-UFG

Nenhum comentário:

Postar um comentário