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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Pós-graduandos apresentam reivindicações à Reitoria



Em reunião com a Reitoria da UFG e com a Pró-Reitoria de Pós-graduação no dia 22 de fevereiro de 2013, a APG-UFG, estudantes membros da câmara de pós-graduação de Goiânia e Catalão apresentaram o seguinte balanço e reivindicações : 

Levando em conta a possibilidade de interlocução de nossa Reitoria com a ANDIFES, com o Conselho Nacional de Educação, demais esferas nacionais e que devemos nos ater à imbricada maneira como se dão as questões relacionadas à pós, dentro e fora da UFG, levantamos algumas questões iniciais específicas e gerais:

Na pós-graduação, a política de incentivo à pesquisa e produção do conhecimento vem sendo direcionada por um modelo que prejudica a qualidade e a autonomia dos estudos e pesquisas, uma vez que incentiva a construção de programas de pós-graduação lato sensu pagos na universidade pública, bem como hierarquiza a produção científica, priorizando algumas áreas específicas e uns poucos “centros de excelência”, para onde desembocam a maioria de recursos para a pesquisa, vide os editais e verbas destinadas mais para algumas áreas do que para outras.

Nesse contexto onde sobram poucos recursos a serem disputados pelos programas de pós-graduação, nos defrontamos com bolsas de pesquisa insuficientes e com valores defasados ( sequer os 20 % prometidos para 2012 foram cumpridos), critérios restritivos de bolsa aos que trabalham e nenhuma política de assistência estudantil (creche, moradia para os que vêm de fora, auxilio saúde...) . Essa realidade se soma às exigências de produtividade cada vez mais severas, onde se aumenta a pressão para que os tempos de titulação diminuam-se (tanto de qualificação, como de defesa de teses e dissertações), aumenta-se a exigência pela participação em congressos e pela publicação de artigos científicos e cobra-se a participação em atividades extracurriculares nos Programas sem que seja dado o auxílio financeiro condizente com os gastos efetivos nessas viagens.

A desresponsabilização do Estado no financiamento da ciência e tecnologia é mais uma consequência previsível. Houve nos dois últimos anos cortes no orçamento de 50 e 55 bilhões, que somente entre os anos 2010 e 2011 fizeram cair 16,2% o orçamento para a pasta de ciência e tecnologia. Mesmo assim, o orçamento para a área permaneceu entre 2006 – 2011 por volta dos 0,27% do orçamento da União. No mesmo período, no entanto, a parte do orçamento federal destinado para pagamento de juros e amortizações da dívida cresceu de 36,7 para 45,05%. As últimas greves(servidores e professores) demonstram a insatisfação generalizada com essas políticas.

Tal situação nos exige uma posição de intervenção sobre essa realidade, porém o que vemos é toda uma engenharia burocrática que nos impede, e ao conjunto da população, de interferir nos rumos das políticas de educação, em especial na Universidade.

Os estudantes como principais agentes da educação são tidos como inaptos à elaboração e interferência nos rumos universitários. Os conselhos superiores e locais apresentam um número reduzido de estudantes, a maioria das cadeiras destinadas aos professores, reproduzindo uma lógica de que cabe a alguns intelectuais catedráticos definir os rumos da sociedade, da universidade, da faculdade. Essa democracia restrita é vista e resumida pelos entraves de leis, regras.

Acreditando que a UFG que deva ser pautada pela democracia, estimulando o papel intelectual e crítico de todos e se relacionando com a sociedade em sua função social, apresentamos algumas demandas gerais e específicas:

  • ·          Construção e previsão de especializações gratuitas, contra qualquer tipo de pagamento na Universidade Pública;
  • ·          Por melhores condições de funcionamento  dos campi no noturno, desde serviços internos até a intervenção direta por melhor iluminação e mais ônibus no período;
  • ·          Por transparência, critérios claros,com decisões coletivas e publicização dos recursos destinados e disponíveis para publicações, viagens e atividades acadêmicas dos estudantes;
  • ·          Publicização de quais convênios atendem estudantes para publicação de trabalho no exterior( Exemplo: É garantido recurso para publicação em países do Mercosul ? Quais os convênios e recursos para publicação em outros continentes? )
  • ·          Garantia de recurso (transporte,hospedagem, alimentação..) para publicação em congressos e para realização de pesquisas dentro do país.
  • ·          Estabelecimento de medidas para prevenir e combater o assédio moral entre professores e estudantes, realização de uma campanha de esclarecimento da UFG contra o assédio moral e apoio aos estudantes que vem sofrendo o mesmo, visto que esse se agravou no pós greve;
  • ·          Intervenção junto aos órgãos superiores reforçando a luta estudantil pelo reajuste do valor das bolsas;
  • ·          Ação imediata da Reitoria no sentido de não ocorrerem mais atrasos no pagamento das bolsas, tal qual relatam vários pós-graduandos de Catalão,
  • ·          Efetivação de uma política de Assistência estudantil, com equivalência de direitos aos estudantes de Pós-Graduação que são concedidos aos demais estudantes da UFG, como o acesso à creche, atendimento médico pela UFG, moradia estudantil e outros;
  • ·          Garantia de um amplo debate sobre a questão do Hospital das Clínicas, visto que a APG-UFG como resolução congressual, e ao lado de vários movimentos sociais da UFG, é contra sua transformação na EBSERH;
  • ·          Por uma sede física e telefone para a APG, tal qual todas as entidades estudantis e sindicais tem dentro da universidade,
  • ·          Cessão da lista de emails dos pós-graduandos à APG,
  • ·          Que todas as convocatórias das câmaras e conselhos sejam enviados não somente aos titulares da representação estudantil mas também aos suplentes e à APG-UFG pelo email : apgufg@gmail.com , tendo esta última garantido o seu direito de Voz nas reuniões. 


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