Em reunião com a Reitoria da UFG e com a Pró-Reitoria de Pós-graduação no dia 22 de fevereiro de 2013, a APG-UFG, estudantes membros da câmara de pós-graduação de Goiânia e Catalão apresentaram o seguinte balanço e reivindicações :
Levando em conta a possibilidade de interlocução de
nossa Reitoria com a ANDIFES, com o Conselho Nacional de Educação, demais
esferas nacionais e que devemos nos ater à imbricada maneira como se dão as
questões relacionadas à pós, dentro e fora da UFG, levantamos algumas questões
iniciais específicas e gerais:
Na pós-graduação, a política de incentivo à
pesquisa e produção do conhecimento vem sendo direcionada por um modelo que
prejudica a qualidade e a autonomia dos estudos e pesquisas, uma vez que
incentiva a construção de programas de pós-graduação lato sensu pagos na
universidade pública, bem como hierarquiza a produção científica, priorizando
algumas áreas específicas e uns poucos “centros de excelência”, para onde
desembocam a maioria de recursos para a pesquisa, vide os editais e verbas
destinadas mais para algumas áreas do que para outras.
Nesse contexto onde sobram poucos recursos a serem
disputados pelos programas de pós-graduação, nos defrontamos com bolsas de
pesquisa insuficientes e com valores defasados ( sequer os 20 % prometidos para
2012 foram cumpridos), critérios restritivos de bolsa aos que trabalham e
nenhuma política de assistência estudantil (creche, moradia para os que vêm de
fora, auxilio saúde...) . Essa realidade se soma às exigências de produtividade
cada vez mais severas, onde se aumenta a pressão para que os tempos de
titulação diminuam-se (tanto de qualificação, como de defesa de teses e
dissertações), aumenta-se a exigência pela participação em congressos e pela
publicação de artigos científicos e cobra-se a participação em atividades
extracurriculares nos Programas sem que seja dado o auxílio financeiro
condizente com os gastos efetivos nessas viagens.
A desresponsabilização do Estado no financiamento
da ciência e tecnologia é mais uma consequência previsível. Houve nos
dois últimos anos cortes no orçamento de 50 e 55 bilhões, que somente entre os
anos 2010 e 2011 fizeram cair 16,2% o orçamento para a pasta de ciência
e tecnologia. Mesmo assim, o orçamento para a área permaneceu entre 2006 –
2011 por volta dos 0,27% do orçamento da União. No mesmo período, no entanto, a
parte do orçamento federal destinado para pagamento de juros e amortizações da
dívida cresceu de 36,7 para 45,05%. As últimas greves(servidores e
professores) demonstram a insatisfação generalizada com essas políticas.
Tal situação nos exige uma posição de intervenção
sobre essa realidade, porém o que vemos é toda uma engenharia burocrática que
nos impede, e ao conjunto da população, de interferir nos rumos das políticas
de educação, em especial na Universidade.
Os estudantes como principais agentes da educação
são tidos como inaptos à elaboração e interferência nos rumos universitários.
Os conselhos superiores e locais apresentam um número reduzido de estudantes, a
maioria das cadeiras destinadas aos professores, reproduzindo uma lógica de que
cabe a alguns intelectuais catedráticos definir os rumos da sociedade, da
universidade, da faculdade. Essa democracia restrita é vista e resumida pelos
entraves de leis, regras.
Acreditando que a UFG que deva ser pautada pela
democracia, estimulando o papel intelectual e crítico de todos e se
relacionando com a sociedade em sua função social, apresentamos algumas
demandas gerais e específicas:
- · Construção
e previsão de especializações gratuitas, contra qualquer tipo de pagamento
na Universidade Pública;
- · Por
melhores condições de funcionamento dos campi no noturno, desde
serviços internos até a intervenção direta por melhor iluminação e mais
ônibus no período;
- · Por
transparência, critérios claros,com decisões coletivas e publicização dos
recursos destinados e disponíveis para publicações, viagens e atividades
acadêmicas dos estudantes;
- · Publicização
de quais convênios atendem estudantes para publicação de trabalho no
exterior( Exemplo: É garantido recurso para publicação em países do
Mercosul ? Quais os convênios e recursos para publicação em outros
continentes? )
- · Garantia
de recurso (transporte,hospedagem, alimentação..) para publicação em
congressos e para realização de pesquisas dentro do país.
- · Estabelecimento
de medidas para prevenir e combater o assédio moral entre professores e
estudantes, realização de uma campanha de esclarecimento da UFG contra o
assédio moral e apoio aos estudantes que vem sofrendo o mesmo, visto que
esse se agravou no pós greve;
- · Intervenção
junto aos órgãos superiores reforçando a luta estudantil pelo reajuste do
valor das bolsas;
- · Ação
imediata da Reitoria no sentido de não ocorrerem mais atrasos no pagamento
das bolsas, tal qual relatam vários pós-graduandos de Catalão,
- · Efetivação
de uma política de Assistência estudantil, com equivalência de direitos
aos estudantes de Pós-Graduação que são concedidos aos demais estudantes
da UFG, como o acesso à creche, atendimento médico pela UFG, moradia
estudantil e outros;
- · Garantia
de um amplo debate sobre a questão do Hospital das Clínicas, visto que a
APG-UFG como resolução congressual, e ao lado de vários movimentos sociais
da UFG, é contra sua transformação na EBSERH;
- · Por
uma sede física e telefone para a APG, tal qual todas as entidades
estudantis e sindicais tem dentro da universidade,
- · Cessão
da lista de emails dos pós-graduandos à APG,
- · Que
todas as convocatórias das câmaras e conselhos sejam enviados não somente
aos titulares da representação estudantil mas também aos suplentes e à
APG-UFG pelo email : apgufg@gmail.com , tendo esta última
garantido o seu direito de Voz nas reuniões.
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